Curta Paranagua 2024

Crítica: Gnomeu e Julieta

Ficha Técnica

Direção: Kelly Asbury
Roteiro: Mark Burton
Elenco: Vozes originais de Jason Statham, James McAvoy, Emily Blunt, Michael Caine, Maggie Smith, Patrick Stewart, Julie Walters, Stephen Merchant, Matt Lucas. Na versão brasileira: Daniel Oliveira, Vanessa Giácomo, Ingrid Guimarães
Fotografia: Animação
Música: Chris Bacon, Elton John e James Newton Howard
Direção de arte: Karen de Jong e Andrew Woodhouse
Produção: Baker Bloodworth
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Rocket Pictures
Duração: 80 minutos
País: EUA/ Reino Unido
Ano: 2011
COTAÇÃO: BOM


A opinião

“Gnomeu e Julieta” apresenta uma versão diferente de “Romeu e Julieta”, uma das obras mais famosas de William Shakespeare, por personificar gnomos (e amigos – ou inimigos) de jardim, que faz referência a Chapeuzinho Vermelho e Branca de Neve, lembrando em muito Toy Story – por congelarem na frente dos adultos. É o primeiro filme de animação lançado pela Touchstone, produtora pertencente a Walt Disney Pictures. Até então todas as animações foram lançadas com o selo do estúdio do Mickey. Aqui, as desavenças das famílias Capuleto (vermelho) e Montecchio (azul), vizinhos em pé de guerra. Assim, os “pertences”, de cada um, em forma de estátuas de Jardim, assumem o ódio vingativo de seus donos. A trilha sonora inclui inúmeras músicas de Elton John, que também assina a Produção Executiva do filme e que participa como personagem (um pianista extremamente over e colorido), um quase “metrossexual”.

O cantor faz dueto com Lady Gaga em uma das canções. Os diálogos prezam pela ironia agressiva, porém ingênua, como a estrutura vocabular dos ingleses. Há humanização destes seres que participam da trama. Kelly Asbury, que já co-dirigiu “Shrek 2”, imprime elementos escatológicos do ogro verde só que mais sutis – como a depilação com fita crepe – e como a indelicadeza de Julieta, direcionando o longa ao melhor estilo infantil. As piadas e tiradas inteligentes – e referenciais – estão lá – como a batalha do filme “Matriz” e como a cena de “Beleza Americana”, mas o objetivo é buscar o universo dos pequenos com vinganças ingênuas e missões amadoras. A graça é pretendida pela “fofura” destes personagens, definindo o público alvo: as crianças.

As corridas de cortador de grama “sem trapacear”, as danças dos gnomos, o disfarce de ninja, o computador que tem uma banana como símbolo (parodiando a empresa Apple – maça), a sapinha exagerada – e sapeca, tudo indica o lado mais puro. É o confronto visto aos olhos de hoje. É uma animação sem inovações, comum, mas não é ruim. Deseja o romantismo clássico, percebendo isso na cena em que Gnomeu rebate a história com a estátua do próprio autor da obra, por querer um final feliz sem mortes. “Os dois morrem?” “É uma tragédia!”, conversam. Há o pelicano que pensa em maconha, que é agitado por desejar novos amigos. Os donos impõem separação, destruição e solidão a essas criaturas. No Brasil a dublagem dos personagens principais ficou a cargo de Daniel de Oliveira e Vanessa Giácomo, casados na vida real. Concluindo, é uma animação extremamente divertida, que especifica o seu público alvo: crianças ainda ingênuas. Um bom filme.



O Diretor

Kelly Asbury nasceu em 15 de janeiro de 1960 em Beaumont, Texas, Estados Unidos. Cursou a Universidade de Lamar. Co-dirigiu “Shrek 2“ e “Spirit: O Corcel Indomável”. Além de dirigir, Asbury forneceu uma das vozes em Shrek 2 e Shrek 3. Ele escreveu um livro de não-ficção, intitulada “Dummy Dias”, uma biografia do século 20 sobre ventríloquos.

3 Nota do Crítico 5 1

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