Curta Paranagua 2024

The Sinner

A Liberdade de Um Passado Por Uma Brutal Epifania

Por Fabricio Duque


A nova série “The Sinner”, traduzida literalmente por “A Pecadora”, que estreou no dia 02 de agosto de 2017 na USA Network e agora na Netflix, e que concorre no Globo de Ouro 2018, busca o gênero psicológico para construir sua trama. Os detalhes-pistas são montados como um quebra-cabeças. É confuso, e preciso ser, visto que nós espectadores participamos da investigação da história de uma mãe dona-de-casa que assassina brutalmente um aparente desconhecido em final de semana na praia com sua família. A narrativa mergulha em elementos característicos que inferem explicitamente o universo cerebral de drama criminial dos cineastas David Fincher e David Lynch. É como se fosse uma mistura de “Mindhunter” com “Twin Peaks”.

“The Sinner”, que é baseada no romance homônimo de 1999 da escritora alemã Petra Hammesfahr (um dos autores de suspense mais bem-sucedidos), conduz seu público a uma atmosfera de descobertas. A direção, de controle absoluto, é cirúrgica ao apresentar os detalhes, arredondando o contexto do início ao fim, sem as famosas “barrigas” e sem subtramas não respondidas. O roteiro é preciso ao dosar manipulações. Realmente, o espectador é imerso na busca por lembranças da personagem principal, que a motivaram para cometer o crime.

Quando uma jovem mãe de família, Cora Tannetti (a atriz Jessica Biel – de “A Grande Ilusão”, “Esquadrão Classe A”, “Hitchcock”, que também assina a função de produtora), comete um crime em público e se vê incapaz de explicar o motivo que a levou àquele estado de fúria súbito, um investigador, Harry Ambrose (o ator Bill Pullman, de “A Estrada Perdida”, “Independence Day”), se torna cada vez mais obcecado em entender as profundezas da psique da mulher, desenterrando os momentos de violência que ela tenta manter no passado, longe dos olhos do mundo e de sua família, incluindo seu marido Mason (o ator Christopher Abbott, de “Ao Carir da Noite”, “O Ano Mais Violento”).

Aqui, o roteiro mergulha nos porquês e nas causas, objetivando, com uma estrutura muito próxima e intimista, humanizar a criminosa, que imediatamente já é tachada de “culpada” pelo poder público, que repete a construção de definir instantaneamente suas opiniões. “The Sinner” também critica o comportamento social obsessivo de “nunca desligar”, influenciado por inatingíveis padrões de conduta de perfeição, religioso (como um seita salvadora), moralidade e de nunca errar e atravessar limites (perceptível com barreiras limítrofes em uma lago familiar).

Tudo o que somos é o que recebemos, o que vivemos e o que experimentamos. Quando a “gota transborda do copo”, excessos são acordados “fritando” o cérebro que alimenta as memórias. Precisa-se de muito cuidado para que alguém “podado” não transcenda esta “cerca”. Caso aconteça, brutalidades são despertadas em ações impulsivas inexplicáveis. Tudo está lá guardado na mente. Tudo.

A primeira temporada, criada por Derek Simonds (que já dirigiu “Seven and a Match”), é composta de oito episódios de quase cinquenta minutos que “obrigam”, com maestria, o espectador a ficar na frente da televisão até seu derradeiro final. É impossível sair até acabar.

Como já foi dito, “The Sinner” abraça elementos de “pós-suspense”, arquitetando soluções por pistas detalhes encontrados semelhantes com a epifania de “Twin Peaks” e o aprofundamento de “Mindhunter”, sem esquecer é claro do mestre Stanley Kubrick e seu “O Iluminado”, escrito por Stephen King. Sim, logicamente, que em certo momento, a narrativa precisa “correr”, precisa encerrar o ciclo. Mas mesmo com essa “acelerada”, o seriado não se perde em nada.

E indo além, ainda podemos dizer que, diferente das outras críticas que estão pululando em sites pops, o final não é “bobo”, tampouco “frustrante”. É que cada vez as pessoas esperam mais das coisas. E com a frase-pergunta-retórica “Por que é tão difícil gostar das coisas?”, dita na segunda temporada do seriado “Mad Men”, esta resenha é finalizada, convidando o leitor-espectador a não perder esta pérola que se encontra disponível com todos os episódios na Netflix.

5 Nota do Crítico 5 1

Pix Vertentes do Cinema

  • O roteiro é muito bem construído, prendendo e conduzindo o expectador nos labirintos da mente de Cora. Já no primeiro episódio a série já mostra a que veio, mostrando os fatos sem muitas enrolações e trazendo inúmeras perguntas à tona. As series são os meus passatempos preferidos já que existem produções de diferentes temas. Estive procurando novas series que fossem sair recentemente e a nova temporada de Sr. Ávila é a que mais chamou a minha atenção. Sem dúvida, é uma das melhores serie de drama, esta temporada vai ser um êxito, pelo o que li que o elenco esta confirmado por atores que são muito profissionais. É das melhores que já vi, a história é levada de uma forma perfeita porque mantém o espectador sempre interessado, é uma excelente opção para ver. Já conto os dias para a data de estréia!

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