A comédia de Uma Vida Privada
Por Fabricio Duque
Precisamos falar sobre “THE MARVELOUS MRS. MAISEL”. A série, em sua primeira temporada de oito episódios (estreou em 16 de março de 2017), dos criadores de “Gilmore Girls”, Amy Sherman-Palladino e Daniel Palladino, traz a ambiência da New York dos ano de 1958. Produzido pela Amazon, e disponível no Amazon Prime Video (concorrente da Netflix – os primeiros seis meses custam apenas R$ 7,90), é sobre transgredir as regras politicamente corretas sociais que inseriam as mulheres em um universo dominado pelos homens. Aqui o feminismo é tratado com humor à moda de Woody Allen e com conteúdo à moda da série “Mad Men”.
É a história de uma esposa judia, vivendo uma completa vida judia. Se formar na faculdade, arranjar um marido, ter duas ou três crianças e um apartamento em Manhattan elegante o bastante para oferecer os melhores jantares de Yom Kippur: Miriam “Midge” Maisel (a atriz cirúrgica, irretocável e precisa Rachel Brosnahan, de “Mais Forte Que Bombas”, do seriado “Gossip Girl”, “Crisis in Six Scenes” – esta nova série escrita e dirigida por Woody Allen) não queria muito mais que isso. Quando o acaso vira seu mundo de pernas pro ar, ela precisa desaprender e começar uma nova vida. De dona-de-casa de elite, com filhos, à comediante Stand-Up Comedy em um “submundo” barzinho de hipsters, no Centro da Cidade, não é tão assustadora assim.
“THE MARVELOUS MRS. MAISEL” tem ritmo, cadência, domínio absoluto de prender o espectador do primeiro ao último episódio. E um elenco afiado, conectado e totalmente integrado na história e entre eles. A narrativa busca o acaso desconhecido para criar a trama, mitigando o óbvio e gatilhos comuns. Sim, definitivamente, é um típico e produto único, ainda que com influências do mestre diretor novaioquino citado anteriormente. “THE MARVELOUS MRS. MAISEL” ganhou o Globo de Ouro, ganhou o Critics Choice Awards e já ganhou também a paixão e o riso solto de seu público.