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Crítica: The Rover – A Caçada
Por Fabricio Duque

Um dos grandes questionamentos
após a exibição do filme “The Rover – A Caçada” é sobre a utilização do clichê
cinematográfica, que é uma “expressão idiomática que de tão utilizada torna-se
previsível” e que “se desgastou e perdeu o sentido”, “ou algo que gera uma
reação cansativa”. O “embate amigável” com os “colegas” gerou a necessidade
deste preâmbulo, porque a “palavra” clichê, em hipótese nenhuma representa um
negativismo, e sim, puramente a previsibilidade repetitiva. O tema reverbera a
violência com a própria violência, exacerbando tragédias pelo drama passional.
Busca-se a cumplicidade do espectador em aceitar sem questionar o roteiro. São
apresentadas ações gratuitas a fim de complementar a trama, não conseguindo o
equilíbrio de fechar o ciclo almejado, abordando personagens caricatos,
maniqueístas e unilaterais. Por exemplo, a avó “cafetina” que oferece o “neto”
ao sexo, o suposto ladrão do carro que não mata sua “vítima”, os dólares
canadenses, a “cueca” que gera risadas, o “velho” que não sabe o que fazer (e
apenas olha), as reações exageradas, enfim, entre outros, tudo se comporta
superficialmente, servindo de ponte para que a interpretação (inquestionável, unânime,
magnífica, espetacular, contida, arrebatadora e incrivelmente contundente) do
“ex-vampirinho” Robert Pattinson. O ator transformou-se em “humano” novamente,
transmitindo sutilezas, objetividades, silêncios, atitudes e deixando no
“chinelo” o protagonista (Guy Pearce). De irmão abandonado ao “filho” adotivo,
Pattinson “rouba” completamente o filme, sem “compaixão” nenhuma pelo seu
“adversário”, podendo enumerar a cena do posto de gasolina, a cena do tiroteio
do hotel, a cena da redenção familiar, são muitas que fazem deste
longa-metragem uma exibição obrigatória. O espectador precisa mitigar o
“previsível” e perdoar a ingenuidade do diretor australiano David Michôd (do “pseudo” Cult “Reino
Animal” – lançado diretamente em dvd, que também brilha com a escolha da atriz Jacki Weaver). Traduzindo em miúdos, os
filmes deste diretor são feitos para que atores possam executar suas maestrias.
Aqui, Robert Pattinson, que já mostrou um excelente trabalho em “Cosmópolis”,
de David Cronenberg, “recupera” a amizade com o sol, e brilha de forma
realista, naturalista, de roupa suja, de dente “podre” e se entrega, sem
ressalvas, a um personagem mentalmente limitado. Talvez, ele queira “morder”
uma nova oportunidade, que é a desconstrução de sua carreira, assim como Marlon
Brando já fez com a “manteiga”, Pattinson quer fazer seu futuro com “dedadas” e
economias interpretativos, usando a máxima do “menos para mostrar mais”. 

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