Curta Paranagua 2024

Crítica: Ex-Machina: Instinto Artificial
Por Fabricio Duque

“Ex-Machina – Instinto Artificial” apresenta-se como um filme de ficção científica, mas com viés minimalista-realista (tanto que ganhou o prêmio de Efeitos Especiais no Oscar 2016 – não esperado, mas indiscutivelmente obrigatório e merecedor) ao contar a história da revolução de uma máquina contra o homem-criador-“pai”. A narrativa imerge o espectador na atmosfera irreal-futurista-concretista, este último porque se reveste de possibilidades críveis, mostrando as invenções em perfeito funcionamento. Aqui, o roteiro também mergulha seu público no jogo psicológico e manipulador, que “vence” o mais experto e perspicaz. Um dos questionamentos é que as máquinas para conseguirem o que precisam (a liberdade), não se intimidam em mentir, deturpar emoções, flertar, “comprar” sentimentos, e no final, vivenciar plenamente suas individualidades latentes e instintivas, de abrir mão da “paixão”, “gratidão” e do correto, para revidar com cruéis vinganças sem culpas humanas e medos legais. “Ex-Machina – Instinto Artificial”, do britânico Alex Garland, estreante na direção de um longa-metragem (roteirista de “Não me Abandone Jamais”, “Sunshine – Alerta Solar”, “Extermínio” e autor original de “A Praia”), é um filme perturbador, porque prevê nas máquinas o comportamento atual dos indivíduos sociais, que cada vez usam menos seus princípios-virtudes em prol do próximo. Agora, somos robôs ainda imperfeitos. Já no filme, esses seres metálicos dotados de sutilezas e camadas existenciais aproximam-se da perfeição do mesmo sistema inteligente abordado no filme “2001 – Uma Odisseia no Espaço”, de Stanley Kubrick. A sinopse nos conta que Caleb (Domhnall Gleeson), um jovem programador de computadores, ganha um concurso na empresa em trabalha para passar uma semana na casa de Nathan Bateman (Oscar Isaac), o brilhante e recluso presidente da Companhia. Após sua chegada, o “proletário” percebe que foi o escolhido para participar de um teste com a última criação do “patrão”: Ava (Alicia Vikander – atriz sueca, queridinha do momento em Hollywood, que ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por “A Garota Dinamarquesa”), um (a) robô com inteligência artificial, e de comportamento sofisticado e sedutor, porém ao mesmo tempo complica a situação a ponto de que Caleb não sabe mais em quem confiar. Um filme que “caminha” na linha tênue do equilíbrio, tendo que brigar para quebrar a caricatura-estereotipada de certos gatilhos comus, como a musculação radical do “rico”, que não esconde o também flerte libertário-sexual com o funcionário recém-chegado. Concluindo, o filme vale cada cena principalmente por sua hipnótica-sensorial-futurista-metódica fotografia, que “aprisiona” por completo o espectador, e apesar de suas fragilidades no quesito interpretação (que se perde nas reviravoltas), é altamente recomendado. Lançado diretamente em DVD em 06 agosto 2015. 

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