Por Fabricio Duque
“Eu, Mamãe e os Meninos”
apresenta-se como uma comédia de situações, reiterando uma vertente que cresce
na cinematografia francesa. Utilizando-se do humor exagerado para tentar
suavizar dramas existenciais, é impossível não comparar com a estrutura de Pedro
Almódovar. A trama quer ser kitsch, ingênua, surreal, idiossincrática, optando
por transformar fantasia em realidade possível, referenciando explicitamente “Minha
Vida em Cor de Rosa” e “Minha Mãe é Uma Peça”, com Paulo Gustavo. Mesmo se analisarmos
pelo viés da homenagem ao cineasta espanhol (a dança típica, Julio Iglesias na
vitrola e vivas cores na imagem), nós perceberemos que há um limite tênue entre
pretensão, naturalidade e preconceito persuadido. A história é basicamente de
um jovem que experimenta adjetivos individuais e detalhes perceptivos. Quer ser
a mãe no jeito e nos pequenos gestos. Ele quer atender ao telefone igual a ela,
que “esta sempre exasperada dando a impressão de que é ocupada, e sempre
oscilando entre calorosa ao extremo e um frio glacial”. Assim, para entender as
mulheres precisa vivenciar suas vidas, como a “respiração”, as decepções
amorosas, sentimentos femininos e dramas passionais. Mais um motivo deste filme
ser considerado almodovariano. As mulheres e suas particularidades. Isso não
impede que o resultado seja clichê e sentimentalista, explorando a imponência
francesa (e satirizando a inglesa com seus chás sem açúcar e sua Imperatriz
Sissi). O roteiro cria a metalinguagem. A peça de teatro como terapia cognitiva
para contar as “aventuras” da própria vida, modernizando com o elemento
musical: “We are the champions”, do Queen, além de Orishas e Kings of Leon. O
título do filme em português busca a tradução na ideia da mãe e os filhos. Mas
na verdade é quando o protagonista “entende” sua sexualidade, sacada de forma
sutil no meio para o final. O diretor Guillaume
Gallienne (ator de “Um Lugar na Plateia”, “Maria Antonieta”, “Uma
Amizade SemFronteiras”) é estreante em um longa-metragem, assumindo os papéis
de ator principal, de “atriz” coadjuvante (já que vive “sua” mãe – por isso a
referência ao Paulo Gustavo), de roteirista e “empresta” o nome ao título
original “Os Meninos e Guillaume à Mesa” (tradução literal). Concluindo, um
filme que quer conjugar estilos, “texturas”, narrativas, “tabus”, prepotências,
idiotismos, excentricidade e ingenuidades propositais. O espectador ri, mas
excede o tolerável.
apresenta-se como uma comédia de situações, reiterando uma vertente que cresce
na cinematografia francesa. Utilizando-se do humor exagerado para tentar
suavizar dramas existenciais, é impossível não comparar com a estrutura de Pedro
Almódovar. A trama quer ser kitsch, ingênua, surreal, idiossincrática, optando
por transformar fantasia em realidade possível, referenciando explicitamente “Minha
Vida em Cor de Rosa” e “Minha Mãe é Uma Peça”, com Paulo Gustavo. Mesmo se analisarmos
pelo viés da homenagem ao cineasta espanhol (a dança típica, Julio Iglesias na
vitrola e vivas cores na imagem), nós perceberemos que há um limite tênue entre
pretensão, naturalidade e preconceito persuadido. A história é basicamente de
um jovem que experimenta adjetivos individuais e detalhes perceptivos. Quer ser
a mãe no jeito e nos pequenos gestos. Ele quer atender ao telefone igual a ela,
que “esta sempre exasperada dando a impressão de que é ocupada, e sempre
oscilando entre calorosa ao extremo e um frio glacial”. Assim, para entender as
mulheres precisa vivenciar suas vidas, como a “respiração”, as decepções
amorosas, sentimentos femininos e dramas passionais. Mais um motivo deste filme
ser considerado almodovariano. As mulheres e suas particularidades. Isso não
impede que o resultado seja clichê e sentimentalista, explorando a imponência
francesa (e satirizando a inglesa com seus chás sem açúcar e sua Imperatriz
Sissi). O roteiro cria a metalinguagem. A peça de teatro como terapia cognitiva
para contar as “aventuras” da própria vida, modernizando com o elemento
musical: “We are the champions”, do Queen, além de Orishas e Kings of Leon. O
título do filme em português busca a tradução na ideia da mãe e os filhos. Mas
na verdade é quando o protagonista “entende” sua sexualidade, sacada de forma
sutil no meio para o final. O diretor Guillaume
Gallienne (ator de “Um Lugar na Plateia”, “Maria Antonieta”, “Uma
Amizade SemFronteiras”) é estreante em um longa-metragem, assumindo os papéis
de ator principal, de “atriz” coadjuvante (já que vive “sua” mãe – por isso a
referência ao Paulo Gustavo), de roteirista e “empresta” o nome ao título
original “Os Meninos e Guillaume à Mesa” (tradução literal). Concluindo, um
filme que quer conjugar estilos, “texturas”, narrativas, “tabus”, prepotências,
idiotismos, excentricidade e ingenuidades propositais. O espectador ri, mas
excede o tolerável.