Por Marise Carpenter
O mais novo filme de Werner Herzog (de Aguirre, a cólera dos Deuses, O enigma de Kaspar Hauser, Fitzcarraldo) é um documentário de 98 minutos que faz uma análise sobre os impactos da internet na sociedade contemporânea. Embasado por depoimentos de cientistas renomados e por pessoas comuns vítimas de abusos de todo tipo e vítimas de irradiação sem fio cujos relatos assustam, Herzog mostra a internet para o bem e para o mal. Tudo começou em 29 de outubro de 1969 às 22:30 horas quando o primeiro computador construído nos Estados Unidos enviou o que pode ser considerado o primeiro E-mail da história. O texto desse E-mail foi “LOGIN”, conforme desejava, e é quem nos conta essa história no filme, o Professor Leonard Kleinrock da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). Porém, o computador que recebia a mensagem no Stanford Research Institute parou de funcionar após receber a letra “O”. O filme prossegue com as entrevistas ora em tom descontraído arrancando risadas dos cientistas “fodões”, ora em tom preocupante arrancando as risadas dos nossos rostos, mas sempre com um tom provocador de um Herzog off, que escondido atrás da câmera temos vontade que ele apareça. Tudo para mostrar como a sociedade contemporânea depende da internet a tal ponto que o mundo virtual passou a controlar praticamente tudo e quase todos e como, por outro lado, estamos vulneráveis a ela. De suas origens até seus feitos mais surpreendentes, passando pelas viagens espaciais, pelos sistemas de saúde pública, pela educação e pelos negócios, o cineasta Werner Herzog nos conduz a uma jornada pelo mundo virtual revelando que a internet não tem limites nem fronteiras quando fala das pesquisas sobre a possibilidade de novas moradas caso alguma coisa dê errado aqui na Terra. E qual o futuro da internet? Não se sabe. Sabe-se apenas que se a internet parar de funcionar as pessoas não lembrarão de como viviam antes dela.
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