Curta Paranagua 2024

Crítica: Educação

Ficha Técnica

Direção: Lone Scherfig
Roteiro: Lynn Barber, Nick Hornby
Elenco: Carey Mulligan, Olivia Williams, Alfred Molina, Cara Seymour, William Melling, Connor Catchpole, Matthew Beard, Peter Sarsgaard
Fotografia: John de Borman
Trilha Sonora: Paul Englishby
Produção: Finola Dwyer, Amanda Posey
Distribuidora: Sony Pictures
Estúdio: BBC Films, Endgame Entertainment, Finola Dwyer Productions, Wildgaze Films
Duração: 95 minutos
País: Reino Unido
Ano: 2009
COTAÇÃO: BOM

A opinião

A abertura animada com cenas desenhadas de elementos da escola faz referência ao título tema apresentado. O saber andar, saber cozinhar e saber dançar protocola o politicamente correto de uma educação, aristocrata, porém moderna, utilizando o antigo estado social em suas ações a fim de preparar para a perpetuação do casamento de aparências sem questionamentos.

A diretora aborda a transição da jovem Jenny (Carey Mulligan – está em ‘Entre Irmãos’ – aqui no blog) da adolescência à idade adulta, na Grã-Bretanha no início dos anos 60, na passagem do período ultrarrígido que se seguiu à Segunda Guerra Mundial para a década liberal que viria a seguir. Ela é uma aluna brilhante, dividida entre estudar para conseguir uma vaga em Oxford ou seguir pela alternativa mais excitante oferecida por um homem mais velho e carismático.

Quando Jenny, personagem principal, mantém o tom do papel de forma competente, tem ‘salvo’ seu violoncelo por um homem mais velho, mais experimente, judeu e fumante, ele a encanta por expandir o conhecimento limitado dos livros. Ela busca a liberdade de ler, conversar, assistir filmes e ouvir músicas francesas, sem limitações e censuras, desejando o crescimento imediato de uma jovem a uma mulher madura.

O seu ‘suposto’ namorado, de mesma idade, é tímido e não desperta nela o querer de um relacionamento. Ela quer mais e para isso precisa entrar em confronto com o pai por meio de levantamento de voz, falsas verdades e ou mentiras manipuladas. A percepção da ingenuidade autoritária do chefe da família a impulsiona a lutar pelas suas vontades sem medo das consequências.

“Ser enjagado é burguês”, diz-se. O homem que a conquistou, conquista a todos – a mãe e até o pai intransigente, com sua lábia direta, educada e simples de bom moço. “Deus me livre, terminamos a noite refletindo sobre nossa própria mortalidade”, finaliza-se.

A avidez descontrolada, pela alegria, ansiedade e adrenalina exagerada, por aprender coisas novas da personagem principal, em muitas vezes, realiza com a música, a analogia de descrição narrativa dos momentos. A letra de uma canção toma o lugar de uma narradora, para que, com isso, não desperte o clichê e o óbvio.

A fotografia é competente, principalmente quando utiliza os reflexos – a do carro, com as sombras é muito interessante, para denotar que a visão dela é deturpada pela ilusão de eliminar etapas de uma época confusa. “Você bebe tudo que eu te ofereço e pede mais”, diz-se.

O filme manipula o entendimento. Antes mostra a generosidade, depois o porquê desta ação. A barganha é feita todo o momento com o espectador com suas reviravoltas infantis, com seu sarcasmo inglês de picardias altivas e objetivando o riso fácil, deles e de quem está do outro lado da tela, explicitando o que realmente o personagem está sentindo. “Ação é carater”, extenua-se. O conhecimento de mundo do amor boêmio e do paraíso, para ela, de Paris ou de outro lugar, prevalece ao tradicional aprender.

Ela descobre que nem todo conto de fadas é perfeito. Mas extremamente perverso na maioria das vezes. E que é preciso seguir um linha para se chegar ao final do caminho escolhido. O conflito da escolha entre o real e literário a faz repensar e decidir qual lado possui mais prós e menos contras.

Em certo momento, daí um novo filme dentro deste filme, a troca de papéis acontece. Ele aparece como um adolescente imprudente e inconsequente e ela uma adulta que briga para que sua vida não seja destruída. Deste ponto, o longa absorve e ambienta o clichê e óbvio. Os conflitos são resolvidos rapidamente. A narrativa corre para conseguir transpassar todo o roteiro. Perde-se. É uma pena, porque a primeira parte é muito bom.

Recebeu 3 indicações de Melhor Filme, Melhor Atriz (Carey Mulligan) e Melhor Roteiro Adaptado. E vencedor do prêmio Melhor Filme (Público) da Competição Internacional do Festival de Sundance de 2009.

A conclusão é de ser um filme de duas partes. A primeira muito boa, já a segunda não consegue atender às expectativas do final e deixa a desejar.

A Diretora

Nasceu em 1959 na Dinamarca e graduou-se em 1984 na National Film School. Estreou em longas-metragens com ‘The Birthday Trip’ (1990). ‘On Our Own’ (1998), seu segundo longa, foi premiado no Festival de Montreal. Seu terceiro longa, ‘Italiano para Principiantes’ (2000), recebeu um Urso de Prata em Berlim.Foi indicada ao Oscar 2010 de melhor filme, por ‘Educação’ (2009) e recebeu duas indicações ao Bafta 2010 de melhor filme e melhor diretor, também por ‘Educação’.

Filmografia

1985- Margrethes Elsker
1990- Fodsels Dag Kaj’s
1993- Lykke Den Gode
1998- Nar Mor Kommer Hjem
2000- Italiano Para Principiantes
2002- Meu Irmão Quer se Matar
2007- Hjemve
2009- Educação

A Atriz

Carey Hannah Mulligan nasceu em Westminster, Londres, 28 de Maio de 1985, tem 24 anos, é uma atriz britânica indicada ao Oscar 2010 de Melhor Atriz pelo filme ‘Educação’. Atualmente namora o ator Shia LaBeouf.

Fimografia

2009 – The Greatest
2009 – Entre Irmãos
2009 – Educação
2009 – Inimigos Públicos
2007 – Quando Você viu seu Pai pela Última Vez?
2005 – Orgulho e Preconceito

3 Nota do Crítico 5 1

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