Curta Paranagua 2024

Crítica Curta-Metragem: Solon

solon-foto-miniaturaO Nascimento da Mulher

Por Fabricio Duque

O curta-metragem “Solon”, da diretora Clarissa Campolina, que já nos encantou com seu longa-metragem “Girimunho”, galga novas vertentes e se embrenha na ficção-científica do gênero fantástico, com moldes referenciais, mesclando atmosfera de Mario Bava (e seu “Planeta dos Vampiros”) com a estética própria do coletivo cearense Alumbramento. Solon dialoga com as artes visuais, a performance-fábula sobre o surgimento do mundo, apresentado a partir do encontro de uma paisagem devastada e uma criatura misteriosa. Solon habita o espaço extremamente árido e infértil. Aos poucos, ela se destaca da paisagem, aprende a se movimentar e explorar seu corpo. Verte água por suas extremidades e inicia sua missão de regar e nutrir a terra. A paisagem se altera e a própria personagem também. Nasce o mundo. Nasce a mulher, como um Deus feminino (complexo, complicado, sôfrego, persistente, ilimitado e perfeito) que se transmuta em humano (com “requinte infernal” de um Henri-Georges Clouzot, o cineasta francês do “glitter” existencial) de um para que assim possa criar o mundo em que vivemos. O curta-metragem é uma experiência-sinestesia visceral, e também a reapresentação máxima do meta-conceito: físico, poético, cósmico e imagético-realista, em uma construção cirúrgica de tempo-espaço e uma narrativa de visual deslumbrante. Integra também a sessão Curtas da vigésima edição da Mostra de Cinema de Tiradentes 2017.

4 Nota do Crítico 5 1

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