Minha Única Terra é na Lua

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Jogo de auto-conexão

Por Francisco Carbone

Sergio responde a 36 perguntas para fazer Gabriel se apaixonar. Você sabia que Glauber era pisciano? Muito mais polêmico e divisivo do que eu poderia imaginar, o mais novo filme de Sergio Silva é talvez uma experiência muito pessoal mesmo. O encantamento de um jogo de perguntas e respostas encenado entre declamações de Luc Moullet e Norma Bengell deixa claro como o cinema pode pautar qualquer relação que estabeleçamos, e como muitas vezes cinéfilos estarão se colocando em situações desconfortáveis, porém inevitáveis; o cinema pauta a minha vida, logo como não pautar meus encontros, minhas experiências amorosas e também minhas relações pessoais? A parceira Gilda Nomacce encara mais um desafio proposto por Sergio e interpreta… Sergio. Sergio conhece um rapaz, Gabriel, e estabelece esse jogo filmado com ele, com quem tenta estabelecer uma conexão. Gabriel pergunta, Sergio responde. Sergio é Gilda, mas as vezes também é Sergio. O jogo habitual do início de qualquer relação: dissimulação, omissão, e às vezes também, algo mágico como a verdade. Mas onde está a verdade, e onde está o personagem? Gilda é Gilda, Sergio é Sergio, e quem serão Igor, Bruno e Flora? Ou tudo está intrínseco demais para descascar o tão delicioso jogo? Sergio Silva, com simplicidade e doçura, constrói um filme sobre a observação de um início, uma partida de xadrez no qual todos já jogamos e cujo reflexo com o cinema fica claro na lágrima de Gilda, uma das mais intensas atrizes do nosso cinema hoje, no qual Sergio estipula e estabelece um momento de comunhão. Integra a Sessão Curtas da Mostra de Cinema de Tiradentes 2017.

5 Nota do Crítico 5 1

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