Gozo/Gozar

Sopa verborrágica

Por Chris Raphael


Após um tempo com votação aberta, a nação vertenteiros, em sua maioria, escolheu no site como vencedor, o curta metragem “Gozo/Gozar”, de Luiz Rosemberg Filho, a quem também pertence o argumento, o roteiro e a direção desta película, com produção da Cavideo em 2016. A narrativa coube a atriz Luciana Froes.

Trata-se de um filme conceitual, sobre o erotismo perdido, não experimentado e abandonado pela pobreza da imaginação. E tudo que é imposto e altamente consumido como verdade absoluta pela estupidez e mediocridade da sociedade, figura num equívoco permanente.

Conceitos e imagens à parte, o filme, embora atual, é presunçoso. A narrativa oscila entre a falta de convicção e a ausência de pragmatismo. Vai do erotismo à paixão, da poesia à política, do desacato ao duplo sentido.Generaliza contextos na construção do monólogo propositalmente mal-humorado. Sugere uma transgressão social mas, ao meu ver, não aponta a solução.

Misturar Marquês de Sade, Sófocles, Goethe e Heráclito em um missoshiru verborrágico não é tarefa para amadores. Existe uma tentativa contumaz para conduzir o expectador a uma catarse, através de uma atitude impessoal mas não totalmente disrruptora com o discurso revolucionário.

A invasão figurativa pela especulação moral e atemporal acerca dos desejos humanos restaura a tentativa de exaltar o gozo e o gozar, mas acaba engessando o caminho, sobrando um lugar vazio. Enaltece a liberdade de uma expressão definitiva de sentimentos como transformação humana. O simulacro da excitação é como um troféu para ser ostentado.

Um discurso como esse nos dias de hoje, está em cada boca virtual, atravessa quase todas as mídias sociais e desagua na pouca originalidade. Vi o título do filme. Assisti seu conteúdo.Hoje é o dia Internacional do orgasmo. É para ser comemorado e, preferencialmente, dividido.É para ser celebrado. É para empolgar.Mas não deu. Brochei.


2 Nota do Crítico 5 1

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