A noite de abertura do Festival de Cinema de Gramado 2019
Por Marcelo Velloso
A cidade de Gramado já está no clima do seu tradicional festival de cinema: tapete vermelho estendido sobre a rua coberta, moradores e turistas a espera das celebridades passantes e estátua do Kikito disputada para os cliques.
Na abertura do 47° Festival de Cinema de Gramado, além da exibição dos dois longa-metragens nacionais: o filme de abertura “Bacurau” e o primeiro da mostra competitiva “O Homem Cordial” e do curta-metragem “A Pedra”, aconteceu também a homenagem aos ex-curadores do festival.
O curta-metragem “A Pedra” de Iuli Gerbase aborda um passeio de rafting que inicialmente era um presente de aniversário de surpresa para a filha da família. Só que o bote emperra numa pedra no meio do percurso. Quem pensa que esse é o conflito central, se engana. Só que a menina pirracenta interpretada pela atriz Morgana Kretzman muda a “rota” do passeio. O curta-metragem tem suas fragilidades e uma delas é o desempenho do elenco que acaba fragilizando. A trilha sonora denota um suspense exagerado no momento em que o pai segue com a menina pela mata.
A noite foi marcada pela primeira exibição nacional do longa-metragem “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Depois do sucesso no Festival de Cannes, o público brasileiro pontuou momentos de catarse com suas reações. A equipe do filme, incluindo a atriz Sônia Braga acompanharam a cerimônia de abertura. “Somos profissionais do cinema e merecemos respeito”, disse Kléber Mendonça Filho.
“O Homem Cordial” deu início a mostra competitiva de longa-metragens brasileiros e trouxe a tona temas atuais, como o da polaridade que vem dificultando tanto os debates e o do impacto das redes sociais na difamação de um indivíduo. As equipes de ambos os longa-metragens discursaram a favor da indústria cinematográfica e em resposta às últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto.