Mostra Vertentes do Agora 2024

A Condenação
Ficha Técnica
Direção: Tony Goldwyn
Roteiro: Pamela Gray
Elenco: Hilary Swank, Sam Rockwell, Thomas D. Mahard, Owen Campbell, Conor Donovan, Laurie Brown, John Pyper-Ferguson, Minnie Driver, Ele Bardha, Melissa Leo
Fotografia: Adriano Goldman
Música: Paul Cantelon
Direção de arte: Stephanie Gilliam
Figurino: Wendy Chuck
Edição: Jay Cassidy
Produção: Tony Goldwyn, Andrew S. Karsch, Andrew Sugerman
Distribuidora: Vinny Filmes
Estúdio: Oceana Media Finance / Innocence Productions / Pantheon Entertainment Corporation
Duração: 110 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2011
COTAÇÃO: ENTRE O BOM E O MUITO BOM
A opinião
“A condenação” aborda a trajetória de alguém que passa quase vinte anos para salvar o irmão de um erro judicial. O diretor Tony Goldwyn (ficou famoso com o papel de vilão no filme “Ghost”, de 1990, com Demi Moore e Patrick Swayze) baseia-se em uma história real de Betty Anne Waters (Hilary Swank), uma dona de casa e mãe solteira, que decide voltar a estudar direito para defender seu irmão Kenny (Sam Rockwell). Condenado injustamente por homicídio culposo e sem chances de apelação, ela decide representá-lo e luta incansavelmente para provar sua inocência, “desperdiçando” sua vida, casamento, relacionamento com os filhos, que entendem aos poucos a persistência da mãe, e assim tornam-se cúmplices, ajudando com tempo e com compreensão. A narrativa segue pela não linearidade, intercalando lapsos temporais em elipses não explicativas. Cabe ao espectador juntar as peças do quebra-cabeça, gerando interesse por respeitar a inteligência de quem assiste. As imagens super 8 mostram um passado complicado e traumático, salientando a relação afetiva do amor incondicional dos irmãos. Eles entendem um ao outro de forma completa, ajudando-se mutuamente, em brincadeiras e na ilicitude ingênua da infância. Sobrevivem a cada percalço do caminho: os pais ausentes e despreparados; os constantes acessos de intolerância violenta de Kenny.
O roteiro é fantástico porque transpassa à tela exatamente a sensação deste amor, por detalhes sutis – e de extrema naturalidade – de expressões faciais, beirando o equilíbrio interpretativo, mesmo quando une emoção aprofundada e distanciamento. O cineasta acerta também ao escalar os protagonistas Hilary Swank (uma atriz competente e visceral, vencedora do Oscar por “Menina de Ouro”, porém é mais aclamada por “Meninos Não Choram”, vivenciando uma jovem garota que decide assumir sua homossexualidade, e para fugir do preconceito e negação da sociedade, adota nova identidade, transformando-se no garoto Brandon); e Sam Rockwell (de “O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford”, “Frost/Nixon”, “Confissões de uma Mente Perigosa”). Há química entre os dois atores, proporcionando uma experiência sinestésica ao espectador. Sente-se a dor, exterminando qualquer resquício de dúvida em relação ao “possível” crime cometido. A protagonista ouve dos filhos que a sua insistência fez com que “desperdiçasse” sua vida, os momentos familiares e o divórcio.
Ela não desistiu um só momento e como diz no ditado popular “não deixou a peteca cair”. A trama critica o pré-julgamento de alguém, que possui antecedentes; incluindo promoção profissional de policiais e descaso da justiça. É um filme despretensioso, sóbrio, que mitiga o clichê ao indicar emoções. O final caminha à felicidade, mas não pode ser considerado como apelativo, mesmo com a necessidade de “fofura”, suavizando a edição tensa e defensiva. É apenas um fechamento esperado até pelo espectador mais cético. Concluindo, um longa-metragem que merece ser visto. Inicialmente se chamaria “Uma Vida pela Liberdade” nos cinemas brasileiros. Um cartaz com este título chegou a ser divulgado pela distribuidora, o qual você pode conferir em Trailers e Imagens. Naomi Watts tinha sido a escolha original para interpretar o papel principal, mas ele acabou nas mãos de Hilary Swank. Foi inteiramente rodado no estado do Michigan, nos Estados Unidos, com orçamento estimado de US$ 18 milhões. O elenco de peso conta ainda com participações de Peter Gallagher, Juliette Lewis, Minnie Driver, Melissa Leo. Recomendado.




O Diretor
Anthony Howard “Tony” Goldwyn, nasceu em Los Angeles, 20 de maio de 1960, é um ator e diretor americano. Ficou famoso com o papel de vilão no filme “Ghost” de 1990. Dirigiu “Um Beijo a Mais” e “Alguém como você”.
Bastidores

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