Curta Paranagua 2024

Comentário Crítico Convidado: Lolo – O Filho da Minha Namorada
Ciúme fora da medida em comédia francesa
Por Cristiano Ayres

 

“Lolo – O filho da minha namorada”, longa-metragem dirigido por Julie Delpy, que também atua no filme, conta a história da produtora de moda parisiense Violette (a atriz-diretora Julie Delpy, de “Dois dias em Nova York”, “Dois dias em Paris”), uma quarentona que se apaixona por Jean René (Dany Boon), um rude técnico de informática que em nada combina com o seu perfil de mulher sofisticada que circula por ambientes refinados do mundo fashion. Eles se conhecem de um modo bastante casual durante suas férias no Sul da França. Diante de alguém de um universo tão diferente, ela, quando menos espera, deixa o coração se envolver e investe na relação, apesar das diferenças. Porém, sua nova investida amorosa não será tão fácil, pois ela não contava que seu único filho, o mimado e ególatra Lolo (Vincent Lacoste), um artista plástico pseudo cult, não aprovaria seu namorado e apronta de tudo para detonar a relação, o que inclui pó de comichão nas roupas de Jean René. Vincent Lacoste está ótimo no papel, despertando a ira no espectador e se destaca muito bem na pele do pós-adolescente rebelde e manipulador numa relação de dependência da mãe. O filme se propõe a ser uma comédia (uma comédia de humor negro), no entanto, o grande mérito do mesmo é fazer refletir sobre as relações familiares. Sentimentos como posse, insegurança, dependência emocional se sobressaem ao longo desta narrativa, e ainda conta com a participação do estilista Karl Lagerfeld. A cena final percorre um caminho óbvio e, de certa forma, até subestima o público. Ainda assim, as boas atuações e as temáticas abordadas fazem de “Lolo – o filho da minha namorada” um filme que merece atenção.
3 Nota do Crítico 5 1

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