Direção: Gary Winick
Roteiro:im Sullivan e Jose Rivera
Elenco: Amanda Seyfried, Gael García Bernal, Vanessa Redgrave, Christopher Egan, Marcia DeBonis
Fotografia:Marco Pontecorvo
Música:Andrea Guerra
Direção de arte:Stefano Maria Ortolani e Saverio Sammali
Figurino:Nicoletta Ercole
Edição:Bill Pankow
Efeitos especiais:Anibrain, Mr. X, Leonardo Cruciano Workshop
Produção:Mark Canton, Ellen Barkin, Eric Feig, Patrick Wachsberger e Caroline Kaplan
Estúdio:Summit Entertainment / Applehead Pictures
Distribuidora:Summit Entertainment (EUA) / Paris Filmes (Brasil)
Duração: 105 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2010
COTAÇÃO: FRACO
A opinião
Uma comédia romântica que busca a nostalgia das famosas histórias de amor. Inicia-se com fotos de casais apaixonados, abraçando-se e ou beijando-se, em várias épocas. “Por que as pessoas acreditam no amor verdadeiro?”, diz-se. O filme aborda o confronto entre o ceticismo (realismo) e o amor escrito pelo destino. O acaso, e suas reviravoltas, torna-se ingrediente para que a trama aconteça.
‘Romeu e Julieta’ é uma tragédia escrita entre 1591 e 1595, nos primórdios da carreira literária de William Shakespeare, sobre dois adolescentes cuja morte acaba unindo suas famílias, outrora em pé de guerra. A peça ficou entre as mais populares na época de Shakespeare e, ao lado de Hamlet, é uma das suas obras mais levadas aos palcos do mundo inteiro. Hoje, o relacionamento dos dois jovens é considerado como o arquétipo do amor juvenil.
Com o tema escolhido, o longa passeia pela busca da felicidade do amor. Deseja-se ardentemente e de forma passional o sentimento mais puro, que faz o coração bater mais rápido e a razão não encontrar o seu lugar. Julieta perdeu o seu Romeu. Na história, ela pode ajudar outras jovens a reencontrar o grande amor.
Sophie (Amanda Seyfried) é uma aspirante a escritora e juntamente com noivo Victor (Gael García Bernal), que sonha em ter seu próprio restaurante, viaja para a Itália. Em Verona, onde se passou a história de Romeu e Julieta, local perfeito para uma lua de mel antecipada, Sophie acaba percebendo que seu noivo está mais interessado nos fornecedores para seu restaurante do que nela. Na cidade, descobre uma antiga carta de amor e junta-se a um grupo de voluntárias que responde estas missivas amorosas. Para sua surpresa, a remetente Claire Smith (Vanessa Redgrave) ouve o conselho dado na resposta e vai procurar Lorenzo por quem se apaixonou na juventude. Mas existem muitos italianos com o mesmo nome e Sophie mostra interesse em ajudá-la na tarefa, desagradando o neto Charlie (Christopher Egan) que já tinha reprovado essa louca aventura da avó viúva. Abre-se, então, um mundo estremamente romântico, onde o amor sempre volta, mesmo que tenha se passado mais de 50 anos.
Sophie, deixada de lado na viagem, resolve visitar os monumentos históricos e a investigar as cartas a Julieta. Descobre que há um grupo que responde a essas cartas. Cada uma tem os seus problemas de relacionamentos, com isso trocam-se experiências e conselhos.
As reviravoltas são rápidas. Muito rápidas. O elemento acaso é elevado e corre com a trama. Torna-se mais uma comédia romântica, sem muito a oferecer. Porém há o estilo road movie, que se pode passar por vários lugares em Verona. E há Vanessa Redgrave, em um papel bobo e ingênuo, completamente adocicado, mas vê-la, depois de um tempo sem interpretar, é um afago nas lembranças.
“Sou realista”, ele diz. “Não, é inglês. Frio como peixe”, responde-se. Há aprofundamentos em diálogos afiados, de efeitos e não clichês. “Não tem porque prolongar o desapontamento dela”, sobre continuar a busca do eterno amado. “A vida é feita de partes complicadas”, diz-se com existencialismo. “Não se pode continuar para sempre, em um momento precisa parar”, resigna-se.
A protagonista conhece um outro homem. Interessa-se por ele por causa da diferença. Para ela, ele é um mistério que precisa ser desvendado. Por trás de cada ser, há sempre uma história, um passado complicado. São esses antigos acontecimentos que dão o tom e o ritmo à trama.
Há um momento muito engraçado sobre a confusão dele estar ou não com outra. “Ela é minha prima”, ele diz. “Isso é lícito?”, ela pergunta. Não tem como não se escangalhar de rir.
“Quando estamos falando de amor, nunca é tarde demais”, descamba para óbvio, previsível, com músicas sentimentais que funcionam para que o espectador desatine a chorar. E como de praxe o final feliz acontece. É bobo, sem sal, fraco. Os atores não vivenciam os seus personagens, deixando agradável para um público apaixonado que aceita o que vier. É ingênuo, mas não pretensioso. Atinge o objetivo que deseja: falar de amor com muito açúcar.
Gary Winick nasceu em 1961 nos Estados Unidos. Diretor, produtor e roteirista. Entre seus trabalhos: OS 12 MACACOS; BRAZIL, O FILME; MONTY PYTHON E O SENTIDO DA VIDA.
Filmografia
2010 – Cartas para Julieta
2009 – Noivas em Guerra
2006 – A Menina e o Porquinho
2004 – De Repente 30
2002 – Um Jovem Sedutor