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Balanço Geral do Vertentes do Cinema 2025 por Clarissa Kuschnir
Texto livre: Como foi meu Vertentes do Cinema neste ano?
Por Clarissa Kuschnir
Quando Fabricio Duque me pediu essa matéria fiquei pensado no que poderia dizer sobre meu ano de 2025, no Vertentes do Cinema. Primeiramente, fico feliz que o site tenha esse foco no cinema mais independente e autoral e principalmente, nos curtas-metragens. Ter uma plataforma forma de streaming também coloca o site em patamar diferenciado. Ou seja, podemos colocar filmes sem a preocupação de censura. A censura somos nós e aqui essa palavra passa longe. Esse ano inclusive, eu tive a oportunidade de participar de dois encontros de mercado. O primeiro no Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo, promovido por Denise Jancar e o segundo na Mostra Super Curta idealizada por Luciana Stipp, que teve sua segunda edição no começo de dezembro, em São Bernardo do Campo. Inclusive, os vencedores da Mostra Super Curta, estarão na nossa plataforma, no mês de janeiro. Nas duas ocasiões, eu pude receber alguns realizadores que apresentaram seus projetos (alguns já prontos) para que futuramente, possam estar na nossa plataforma. Ou seja, já somo considerados um player.
Entre a Mostra Um Curta Por dia, coberturas de festivais (fiz oito viagens este ano) diversas curadorias e júri, eu retornei para a crítica de cinema depois de tantas insistências de Fabricio Duque. E foi bom! É sempre bom voltar a uma escrita mais aprofundada (apesar das dificuldades que eu ainda tenho na escrita da crítica) Mas é um exercício e um desafio para mim. E em tempos em que os vídeos tomaram conta da internet, eu vou na direção contrária. Eu escrevo e gosto cada vez mais, mesmo sabendo que a maioria das pessoas não irão ler. Estamos na era da preguiça, ou da velocidade A primeira crítica para o site (tirando a de Cantando na Chuva) foi em março para o documentário Mário de Andrade, O Turista Aprendiz, do cineasta Murillo Sales. De lá para cá já foram 20 críticas. A única de curta-metragem foi do premiado Samba Infinito, de Leonardo Martinelli. Dos festivais inéditos no ano pude estar presente no ótimo Lanterna Mágica em Goiânia. O festival idealizado por Camila Nunes é direcionado para a animação, se tornando hoje no cenário dos festivais (são 505 festivais de cinema, segundo estudos do Fórum dos Festivais), um dos mais importantes do país. Outra grande surpresa para mim foi o a Goiânia Mostra Curtas (leia aqui), que chegou em sua 23 edição, sob a direção da produtora Maria Abdalla. A curadoria é impecável e dificilmente teve algum curta, que eu diria não ter gostado. Pela primeira vez também cobri o Festival de Gramado (e olha que frequento a cidade há 30 anos), ao lado de Fabricio Duque. Ele ficou mãos nos vídeos e eu, mas na escrita. Cheguei lá no dia do meu aniversário e foi ótimo passar esta data tão importante, no Festival de Cinema mais conhecido do Brasil. Retornei depois de 11 anos para o Curta-Se – Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe que voltou com tudo este ano, (24ª edição) com o Patrocinio da Petrobrás.
Aliás, muitos festivais tiveram o apoio da Petrobrás. Eram ações o tempo inteiro do marketing da empresa para promover o cinema brasileiro. Era máquina de cartaz para o espectador escolher o seu filme e se tornar o personagem em uma foto. Era Livro Ilustrado do Cinema Brasileiro, que deixou o público enlouquecido para completar com suas 57 figurinhas (do meu ficaram faltando cinco rs). O que mais eu trouxe na mala, foram os copos coloridos que eram ótimos para água, nos intervalos dos filmes. São Paulo e algumas cidades também receberam a primeira edição do Festival de Cinema Europeu da Imovision. Eu, estive bem presente no evento que trouxe 14 longas de oito países diferentes. E foi um festival incrível. Tão incrível que teve até foto e autografo com Tom Tykwer (de “Corra, Lola, Corra”) que veio ao Brasil para lançar no festival “A Luz”, seu mais novo longa-metragem. E o festival conseguiu trazer a maioria dos diretores para participarem dos debates dos filmes. Este foi um ano também que voltei mais para algumas coletivas, fora dos festivais. Uma delas foi da excelente cinebiografia de Ney Matogrosso“Homem com H”, dirigida por Esmir Filho. E como é bom ouvir Ney, que teve repeteco na coletiva da série Secos & Molhados, do Canal Brasil.
E por falar em TV, tive a oportunidade de estar no Recife no lançamento da novela Guerreiros do Sol, da Globoplay. Eles dizem novela, mas está mais para minissérie com formato muito mais de cinema. Foi uma superprodução com livre adaptação do livro “Guerreiros do Sol: violência e banditismo no Nordeste do Brasil”, do escritor, historiador e advogado Frederico Pernambuco de Mello, considerado o maior especialista em cangaço no país. Ah, e agora vai um momento de orgulho da jornalista aqui, que fui elogiada pelo ator, diretor e autor Matheus Nachtergaele que veio me dizer que leu minha matéria falando sobre a sua homenagem, na abertura do Curta-se. Depois disto paro por aqui. Agora é hora de relaxar, aproveitar as festas, descansar a cabeça e o físico, que o ano que vem, tem muito mais! Um Feliz Natal e um ano Novo de muitas realizações para todos aqui, que fizeram parte, deste ano tão especial!

