A Força Feminina na Mostra de São Paulo 2022

A Força Feminina na Mostra de São Paulo 2022

Tudo sobre o que aconteceu na coletiva de apresentação da maratona paulistana, que começa dia 20/10 e vai até 02/11

Por Clarissa Kuschnir

As mulheres foram a pauta e dominaram o palco durante a coletiva da 46° edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorreu no sábado dia 8 de outubro, na Cinemateca Brasileira, na capital paulista. 

Renata de Almeida, diretora geral da da Mostra abriu a coletiva dizendo da felicidade de poder voltar com o festival no formato presencial e que apesar das dificuldades apresentadas para o evento se manter em pé (esse ano o evento ficou sem o patrocínio da Lei Rouanet), deve-se comemorar. “Vamos ter aqui a resistência da alegria, em um ano decisivo para o Brasil, onde devemos fazer muitas reflexões”, apontou Renata, que em seguida apresentou as parcerias do festival representadas por: Rosana Paulo de Cunha (Sesc), Lyara Oliveira (diretora executiva da Spcine) e Roberta Corvo (do Projeto Paradiso).

Antes das apresentações das representantes Renata falou sobre a arte da Mostra que esse ano foi assinada pelo conhecido muralista paulistano Eduardo Kobra. “Quando convidamos um artista para fazer arte, a gente tenta ter alguma relação com a programação e também uma relação com a cidade. A Mostra é da cidade de São Paulo, leva seu nome e eu acho que o Kobra tem muito a cara da cidade”, disse Renata que ainda complementou que a vinheta novamente foi feita pelo diretor e animador Amir Admoni e a trilha por André Abujamra, Márcio Nigro e Marcos Naza. A Mostra também exibirá o documentário “Kobra Auto Retrato”, de Lina Chamie.

Poster 46ª Mostra de SP 2022

Rosana Paulo de Cunha representante do Sesc (parceiro desde que a Mostra começou) agradeceu por estar mais um ano junto. “É uma alegria estar aqui e por ser na Cinemateca, que fez parte de minha formação e acredito que para muitos aqui também. Então é uma alegria sem fim estar aqui e dar continuidade do audiovisual no Brasil”. Rosana ainda complementou que para o Sesc é em especial continuar a parceria, pois todas as unidades englobam o audiovisual e em especial a sala do CineSesc. “Tivemos a oportunidade de desenvolver ações durante a pandemia no mundo digital, aonde foi possível darmos continuidade no audiovisual online. Nós não paramos, o que nos deu um gás maior ainda nesse momento da retomada. Retomar agora é mais do que importante. Estar com a Mostra é mais do que importante. Vamos continuar juntos.  Estaremos na Mostra com a Sala do Cinesesc(incluindo o período de repescagem) e também faremos itinerância, em dez cidades do interior paulista”, complementou Rosana.

Outra parceria desde o começo da sua criação é a da Spcine , que esteve representada por Lyara Oliveira. “A Spcine é uma empresa de audiovisual da cidade de São Paulo que através de ações de patrocínio está bem próxima a quase todos os eventos de audiovisual que acontecem na cidade e sem dúvida, a Mostra é um dos eventos mais especiais. É a Mostra que dá uma visibilidade enorme para o nosso audiovisual e que ao mesmo tempo trás para a cidade de São Paulo, o cinema do mundo. Portanto para a gente é essencial. E é uma parceria que é construída ao longo do ano”, afirmou Lyara. Além do patrocínio de uma forma mais ampla esse ano, a Spcine está retomando com os espaços de cinema e o conteúdo da Mostra estará no circuito, fazendo com que se decentralize, chegando à periferia da cidade em unidades dos CEUs e centros culturais como na Cidade Tiradentes, Perus e demais. Lyara ainda enfatiza que o mais desafiador é colocar esse conteúdo em contexto com os territórios, ou seja quebrar as barreiras culturais em diversos locais. A Spcine ainda estará presente dentro da Mostra com conteúdo na Spcine Play e no encontro de conteúdo de ideias (que será na Cinemateca do dia 26 ao dia 30), falando de mercado de audiovisual, de formação e criação para o mercado. Além do encontro a Spcine trará o projeto Amplifica Cine (parceria entre Spcine e AdeSampa), que proporciona um processo de aceleração para 10 coletivos periféricos do audiovisual, que estarão no evento.  

Para complementar esse encontro feminino cinematográfico Roberta Corvo, esteve representando o Projeto Paradiso (um braço audiovisual de apoio a talentos do mercado, mantido pelo instituto sem fins lucrativos Olga Rabinovich). 

“É uma alegria imensa ver a Mostra acontecendo aqui na Cinemateca, pois tenho um carinho imenso na luta pela reabertura. Esse é o quinto ano em que estamos junto com a Mostra. Esse projeto nasceu com a ideia de apoiar talentos do audiovisual. A Mostra é um lugar muito relevante, fazendo com que esses talentos possam aparecer. Aqui nossos talentos recebem prêmios. Aqui tivemos uma pré-inauguração (na famosa feijoada da Mostra, onde nos apresentamos pela primeira vez) do Projeto Paradiso, que tem um olhar de muita gratidão com a Mostra e acho que vice e versa”, complementou Roberta. Esse ano o projeto ainda entra como copatrocinador e estará, no encontro de ideias. E Roberta afirmou sobre a importância que o Projeto Paradiso sempre procurou em promover encontros e fazer com que o audiovisual, se profissionalizasse.        

Ao retornar as falas sobre a perda de dois grandes patrocinadores (através da Lei Rouanet) Renata reforçou o apoio da Spcine , e a força do próprio setor, que se empenhou em formar os patronos da Mostra.

“Depois de 30 anos fazendo a Mostra eu pensei, será que tem sentindo? Será que não está na hora de acabar, pois as coisas acabam e realmente, essa resposta veio do próprio setor do audiovisual. E é um conforto para nós e um sentindo para que exista durante mais um tempo. Então, eu só tenho que agradecer aqui aos patronos da Mostra”, complementou Renata. 

Esse ano a Mostra começa no dia 20 de outubro e segue até o dia 02 de novembro, com uma programação de 223 filmes vindos de 60 países, distribuídos em circuito de salas de cinemas e espaços abertos da cidade de São Paulo. As plataformas Sesc Digital e Spcine Play, vão dar acesso gratuito a 10 e sete títulos, respectivamente, selecionados pela curadoria do evento. 

O filme que abrirá a Mostra esse ano na Cinemateca, no próximo dia 19 (sessão só para convidados) será “Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness)”, de Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. Outras sessões do filme serão programadas no evento. “Bardo – Falsa Crônica de Algumas Verdades, de Alejandro Iñarritu, “Nada de Novo no Front” (All Quiet in The Western Front), de Edward Berger, “Sem Ursos” (No Bears), de Jafar Panahi, “Conto de Fadas” (Fairtyle), de Alexander Sokurov, Pacifiction, de Albert Serra, One Fine Morning, de Mia Hansen Løve, “Os Anos Super 8”, de David Ernaux-Briot e Arnnie Earnaux (ganhadora do Nobel de Literatura), e as séries “The Kingdom Exodus”, de Lars Von Trier (dois episódios) e “Noite Exterior” (Esterno Notte), de Marco Bellocchio, estão entre os títulos confirmados para esta edição.

Nas sessões nacionais a Mostra contará com 67 títulos com destaques para: “A Mãe, de Cristiano Burlan, “Amazônia, A Nova Mamata?”, de Jorge Bodanzky, “Carvão”, de Carolina Markowicz, “Fogaréu”, de Sérgio Carvalho, “Paloma” de Marcelo Gomes, “Regra 34”, de Julia Murat, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno, entre outros.

“Nossa opção foi o público. Não alteramos a qualidade da Mostra, que está super forte. Para comemorar a volta da Cinemateca estamos homenageando Doris Monteiro (atriz e cantora que completará 87 anos, no dia 21 de outubro), com a cópia de Agulha no Palheiro (de 1953 restaurada pela própria Cinemateca) e faremos uma homenagem a ela.  Ainda teremos dois filmes restaurados de Jean Eustache que são: A Mãe e a Puta (A Maman et la Putain) e Meus Pequenos Amores (Mês Petites AmoureusesI, além de Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha”, finalizou Renata.

Para mais informações sobre a programação completa da Mostra acesse: https://46.mostra.org/

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