A opinião
O filme é competente. Extremamente técnico, o que pode atrapalha-lo um pouco. A camera ambienta esperando. Descreve os personagens sem aprofundá-los, apenas os caracterizando. Aproveita o tempo de narrativa real. Mostra o cotidiano de uma vida comum. Certa momento do filme “As pessoas se revoltam, porque não podem mais respirar”. Mas o filme tenta salvar os que participam. Não há desesperos, ficando a resignação. Há a metafora do trem que passa pelas pessoas, sendo unicamente rostos conhecidos de relações humanas. Passageiros da vida dos outros. Os personagens entrelaçam-se. A repetição de ações a busca da liberdade que não chega. Não há julgamentos. Não há nada. O roteiro descreve a conveniência da convivência. Há ainda questionamentos existencialistas para a falta e o excesso da espera. O que se vê é um momento nas suas vidas. Encanta, mas de forma técnica demais.
Ficha Técnica
Direção: Claire Denis
Roteiro: Claire Denis, Jean-Pol Fargeau
Elenco: Alex Descas, Mati Diop, Grégoire Colin, Nicole Dogué
Fotografia: Agnès Godard
Montagem: Guy Lecorne
Música: Tindersticks
País: França
Ano: 2008
A Sinopse
O viúvo Lionel vive num complexo habitacional com sua filha, Josephine, com quem tem fortes laços por tê-la criado sozinho. Enquanto Lionel atrai a atenção de uma mulher de meia-idade, um taxista que começa a rodar pelo bairro flerta com Josephine e eles passam a sair. Quando o namorado de Josephine aceita um trabalho no exterior e se muda, deixando a moça balançada, Lionel percebe que a filha está ficando independente e que talvez seja hora deles confrontarem seus passados.
A Diretora
Nasceu em 1948, na França, sendo criada na África. Claire Denis e sua família mudavam-se a cada dois anos, devido a intensa curiosidade de seu pai por geografia. Denis primeiramente estudou economia, mas logou largou o curso, indo para a IDHEC, uma escola de cinema francesa, encorajada por seu marido. Formou-se no Instituto de Altos Estudos Cinematográficos, em Paris. Após trabalhar como assistente para diretores como Jacques Rivette, Costa-Gavras, Wim Wenders e Jim Jarmusch, dirigiu seu primeiro longa-metragem, Chocolate, exibido em competição no Festival de Cannes de 1988. Entre seus filmes, destacam-se também Bom Trabalho (2000) e O Intruso, em competição no Festival de Veneza 2004. O cinema de Claire Denis geralmente busca uma intimidade quase sobrenatural em seus planos e montagem. Famosa por sua mise-en-scène vigorosa, o trabalho de Denis vem se tornando um dos mais importantes no que tange o cinema contemporâneo mundial. Abrindo portas para uma narrativa desconstruída sem precedentes, a autenticidade de seu estilo vem cativando críticos, filósofos e cinéfilos em geral por todo o mundo.
Filmografia
1988 – Chocolat / Chocolate
1990 – S’en fout la mort / No Fear, No Die
1994 – J’ai pas sommeil / I Can’t Sleep
1996 – Nénette et Boni / Nenette and Boni
1998 – Beau travail / Good Work / Bom Trabalho
2001 – Trouble Every Day
2002 – Vendredi soir / Friday Night
2004 – L’intrus / The Intruder / O Intruso
2008 – Matériel blanc / White Material