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O diretor George Clooney nasceu George Timothy Clooney em Lexington, segunda maior cidade do estado americano de Kentucky, conhecida como a capital do cavalo. O cineasta, filho do apresentador de televisão Nick Clooney e de Nina Clooney, acompanhava o pai nos estúdios desde os cinco anos de idade. Para evitar a competição paterna, Clooney, o filho, abandonou seu emprego de jornalista televisivo e começou a trabalhar como ator quando seu primo lhe conseguiu um pequeno papel num filme. A notoriedade de seu trabalho veio por sua participação na série de televisão E.R, aqui no Brasil chamada de “Plantão Médico”.
Até emplacar, participou de “O retorno dos tomates assassinos”, “Jovem para sempre”, “Anatomia de um crime”, entre outros não tão populares. Em 1996, George é escalado para o filme “Um drink no inferno”, de Robert Rodrigues, parceiro de Quentin Tarantino, diretor este que já foi abordado aqui. O filme é trash violento no melhor estilo filme b (baixo orçamento), famoso nos anos setenta e oitenta. Clooney venceu na categoria de melhor revelação do MTV Movie Awards. Continuou a sua carreira com “Um dia especial”, com Michelle Pfeiffer e “Batman e Robin”, que fez com que ele fosse indicado ao Trofeu Framboesa, prêmio dos piores filmes do ano. George seguiu com “O Pacificador”, “Irresistível Paixão”, até ser convidado pelo diretor Terence Malick (o mesmo de Árvore da Vida) para compor o elenco de “Além da LInha vermelha”, que considero o início de sua construção como cineasta. O diretor George Clooney soube aproveitar cada experiência profissional que vivenciou. Assim pode construir uma carreira voltada a elegância, realismo, naturalidade (tanto de diálogos, quanto de ações) e de leveza. O início desta construção vem com o filme “Três Reis”, seguido de “E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?”, dos Irmãos Coen. Clooney escolheu o cinema independente e começou a trabalhar com diretores alternativos, como Steven Soderberg (em “Onze homens e um segredo”), que foi o principal influenciador.
George traçou características de sua filmografia logo no primeiro filme “Confissões de Uma mente perigosa”, com roteiro de Charlie Kaufman, adaptado do livro homônimo do veterano apresentador e produtor da televisão Chuck Barris. Chuck lançou vários programas populares, conhecidos no Brasil graças a Silvio Santos, que os adaptou em versões como o Namoro na TV e Show de Calouros. Só que George Clooney não desistiu de atuar junto aos filmes. O então diretor iniciante continuou a ser apenas ator, com o intuito, talvez, de aprender mais para realizar o próximo filme. Fez “Solaris”, “O Amor custa caro” e a continuação “Doze homens e um segredo”. Em 2005, George estava pronto. Dirigiu “Boa Noite, boa sorte”, em fotografia preto-e-branco, abordando o âncora de televisão que entra em confronto com um senador ao expôr as táticas e mentiras usadas por ele em sua caça aos supostos comunistas. O filme ganhou o Festival de Veneza de melhor roteiro e melhor filme. O diretor George Clooney continuou imprimindo em seus trabalhos a naturalidade da interpretação. Participou do filme “Syriana” ganhando o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
Em 2006, fez “O Segredo de Berlim”. Logo depois mais uma continuação de “Treze homens e um segredo”. Clooney Trabalhou de novo com os Irmãos Coen em “Queime depois de ler” até dirigir o seu terceiro filme, chamado “O Amor não tem regras”, uma comédia romântica sarcástica. Não parou de atuar. Em 2009, ele fez o excelente filme “Amor sem escalas”, sobre um homem contratado por companhias para demitir funcionários, em constantes viagens aéreas. O filme acompanha sua vida isolada e filosofias de pessoas que conhece ao longo do caminho. Logo depois emplaca o fantástico filme “Os Homens que Encaravam Cabras”. E então, o cineasta realiza o seu quarto e último filme, considero por muitos, incuindo este que vos fala, uma obra de arte política e incrivelmente bem estruturada. O filme aborda os bastidores de uma campanha presidencial, mostrando que tudo é permitido ao “bem comum” da sociedade e ao objetivo almejado, que é a vitória. Traz no elenco ainda o queridinho de Hollywood, o ator Ryan Gosling. Com este filme, Clooney recebeu indicações ao Globo de Ouro deste ano. O diretor consegue passear por universos da sobriedade e do realismo, mesclando soluções possíveis e necessárias, mesmo não condizentes com o politicamente correto da ética e moral. O roteiro apresenta a fantasia lúdica da perfeição, já na primeira cena, na qual manipula inteiramente o espectador, o desviando, de forma magistral.